Irmã Adélia e as Aparições de Nossa Senhora em Cimbres: Vida, Silêncio e Entrega
As aparições de Nossa Senhora em Cimbres, no Agreste de Pernambuco, fazem parte de um dos capítulos mais profundos e discretos da espiritualidade mariana no Brasil. No centro dessa história está Maria da Luz Teixeira de Carvalho, mais conhecida como Irmã Adélia, uma mulher simples, silenciosa e inteiramente entregue a Deus.
O início das aparições em Cimbres
Foi no dia 6 de agosto de 1936, na Aldeia Guarda, no povoado de Cimbres, município de Pesqueira (PE), que Maria da Luz, então adolescente, viveu uma experiência que marcaria sua vida para sempre. Ao lado da amiga Maria da Conceição, ela catava sementes de mamona quando as duas conversavam sobre o medo constante da violência que assolava a região, especialmente por causa das ações do cangaceiro Lampião e seu bando.
Em meio à conversa, Maria da Luz perguntou à amiga o que fariam se Lampião surgisse naquele momento. A resposta foi simples e cheia de fé: “Nossa Senhora haveria de dar um jeito de nos proteger.”
Pouco depois, as duas avistaram, no alto da serra, a imagem de uma mulher de extraordinária beleza, com uma criança nos braços. Com a mão livre, a Senhora as chamava para perto. As meninas subiram apressadas e permaneceram algum tempo em sua presença, profundamente tocadas, antes de retornarem para casa.
A mensagem da “Graça”
Ao chegarem, relataram o ocorrido aos pais de Maria da Luz, Arthur Teixeira de Carvalho e Auta Monteiro de Carvalho. Desconfiado, o pai decidiu acompanhar as meninas até o local da aparição, de acesso difícil. Lá, as jovens tornaram a ver a mesma Senhora.
Arthur, porém, não conseguia enxergar nada e, julgando tratar-se de imaginação das filhas, pediu que Maria da Luz perguntasse quem era aquela mulher e o que desejava. A resposta foi direta e solene:
“Eu sou a Graça. Vim para avisar que hão de vir três castigos mandados por Deus. Diga ao povo que reze e faça penitência.”
A partir desse dia, as aparições se repetiram. A notícia espalhou-se rapidamente, e o local passou a ser destino de fiéis em oração — algo que permanece até os dias atuais. Ao longo do tempo, multiplicaram-se os relatos de sinais e graças alcançadas, atribuídos à intercessão de Nossa Senhora da Graça em Cimbres.

Da jovem vidente à vida religiosa
Maria da Luz nasceu em 16 de dezembro de 1922, em Pesqueira. Mais tarde, ao ingressar no Instituto das Religiosas da Instrução Cristã, passou a se chamar Irmã Adélia. Seus votos perpétuos foram professados em 1946.
Por décadas, Irmã Adélia guardou absoluto silêncio sobre as aparições, vivendo com discrição sua vocação religiosa. Somente em 1985, já gravemente enferma, decidiu partilhar sua experiência com as irmãs da congregação. Naquele momento, enfrentava um câncer com metástase no fígado e acreditava estar próxima da morte.
Mesmo debilitada, permaneceu na enfermaria oferecendo sua dor em oração, no silêncio, no despojamento e na entrega total da própria vida a Deus.
A cura e a missão confirmada
Algumas semanas após revelar o segredo guardado por quase cinquenta anos, Irmã Adélia retornou ao local das aparições com um grupo de religiosas. Durante a oração, fez um pedido simples e confiante: se fosse da vontade de Nossa Senhora que aquelas aparições fossem conhecidas, que lhe fosse concedida a cura.
Os exames posteriores surpreenderam os médicos: não havia mais sinais de câncer.
A partir de então, Irmã Adélia continuou sua missão com ainda mais humildade. Dedicou-se intensamente à evangelização, ao serviço aos pobres e à oração pelos sacerdotes. Seu amor pelos mais necessitados deixou marcas profundas, especialmente na favela de Santa Luzia, no bairro da Torre, em Recife.
Uma vida marcada pelo amor e pela intercessão
Viver o Evangelho no cotidiano foi o testemunho constante de Irmã Adélia. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesma não foi apenas um ensinamento, mas sua prática diária. Era reconhecida pela caridade incansável, pela obediência e pela disponibilidade em interceder por quem a procurava.
Em um de seus últimos testemunhos, deixou uma mensagem especialmente dirigida aos jovens:
“Nossa Senhora quer que os jovens sejam corajosos para vencer. Amar o próximo como a si mesmo. Diversas vezes, Ela me arrancou das mãos dos inimigos. Estou esperando a vez que Ela me leve para o céu. Estou esperando esse momento para que eu veja o céu aberto.”
Esse encontro definitivo aconteceu em 13 de outubro de 2013, no Recife, quando Irmã Adélia, aos 90 anos, partiu para celebrar sua Páscoa eterna.
Oração pela Causa de Beatificação de Irmã Adélia
(mantida conforme o texto oficial, com aprovação eclesiástica)
Pai de amor e de bondade, quisestes que vossa filha Ir. Adélia respondesse com generosidade ao Vosso chamado, como seguidora do Vosso Filho, por meio de uma vida orante, humilde, obediente e doada à causa dos preferidos do Reino. Inspirada em Maria, Mãe da Divina Graça, anunciou a Boa Notícia de Jesus para a conversão dos pecadores.
Suplicamo-vos que, se for da Vossa vontade e para o nosso bem, dignai-vos glorificá-la diante da Igreja, concedendo-lhe a glória dos altares. E por sua intercessão, concedei-nos a graça que confiantes Vos pedimos.
Por Cristo Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
A oração possui aprovação eclesiástica do Bispo da Diocese de Pesqueira, Dom José Luiz Ferreira Salles, CSsR.
Graças alcançadas sejam comunicadas à:
Postulação da Causa de Ir Adélia
Av. Rui Barbosa, 1426 – Graças
52.050-000 – Recife – PE
E-mail: causairadelia@institutoric.org
Colabore com a Causa de Ir Adélia depositando qualquer quantia. O valor será exclusivamente para o custeio da Causa:
Caixa Econômica Federal
Nome fantasia: Causa de Ir. Adélia
Agência: 3484
Tipo: Conta Corrente PJ: 003
Número: C/C 1819-3
Vídeo – Irmã Adélia fala sobre as aparições de Nossa Senhora
Fonte e referência oficial
Este artigo foi elaborado com base na biografia publicada pelo Instituto das Religiosas da Instrução Cristã (RIC):
🔗 https://institutoric.org/irma-adelia
